terça-feira, 5 de abril de 2011

Corrente


Tenho andado
Sentindo-me refugiado
Amedrontado
Com ânsia de ter errado...
Minh’alma está assustada
Encontro-me cercada
Acorrentada
Prestes a ser ancorada...


Sou o navegante

E eu a acompanhante


Confinados nesse horizonte
Do temido constante
Inferno de Dante.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Julgando ao vento


O vento toca meu rosto, assanha meus cabelos e alfineta meus olhos.  A paisagem é outra e, a cada instante, ela muda. A estrada ainda é a mesma. O apito do trem se ressalta no meio da vastidão do nada.
Sentado nesse desprezado assento, observo as pessoas. Cada um guarda em si um sentimento precioso, pode ser  um segredo, um sonho, uma angústia, uma alegria, enfim, cada rosto que eu aqui observo possui uma história pra contar. As quais eu ignoro, sento aqui e num ato bem astuto, começo a julgá-las.
Julgar é o que eu e você fazemos de melhor. É uma ação nata, fazemos sem nem sentir. Alguns hipócritas dizem que não se deve julgar o que não conhecemos, mas faz parte de nossa índole. Quanto a mim: eu julgo, julgo mesmo! E a você?
És aí grande parte de meu sofrimento. Sempre estou a pagar por meus pensamentos e língua também. Julgo e, por vezes, caio na grande armadilha de enganar-me. O remorso me consome e atormento-me em ver esses rostos, que não se dão ao trabalho de ao menos se olharem, de ao menos serem solidários, de ao menos serem humanos...
Logo paro minha mente e calo meus pensamentos.