quinta-feira, 17 de março de 2011

Alvorecer


          Estou aqui ao nascer de mais um sol, com poucas nuvens aos altos e com raiar sublime. Indecifravelmente ouço o som dos pássaros que chegam a criar em mim um ninho de tédio.
      As horas passam... A cidade, preguiçosamente, acorda. Daqui ao horizonte, posso ver flamejar uma fumaça, é a padaria que inicia a produção de sua primeira fornada de pães.
     Observo os mendigos, dormem ao puro relento, seus corpos despertam e o que lhe cercam é o começo de mais um duro dia. Estão ali, “caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento”, à procura de algo ou até mesmo de suas vidas.
     Agora, permito aos meus ouvidos escutarem os sons ao redor de mim, e há um eterno vazio, mas ainda ouço as velhas risadas do tempo que se foi e, nesse momento, é que sinto todo o aroma do café fresco.
      É ele, posso sentir... Ele se levantara luminoso e radiante, pressinto seus passos a caminho da varanda, em busca de mim, como adereço de minha rotina... Beija-me, me chama de amor, toma o café e vai embora.



Nenhum comentário: