Sinto a onda beijar meus pés sujos de areia, borbulho de pensamentos a caminhar sem rumo ao lado do mar. Vejo toda imensidão de horizonte em que estou envolvido e perco-me. Meu passatempo predileto é achar-me, tornei-me num hábil “caçador de mim”.
Talvez seja por isso que hoje, aprecio onde estão minhas pegadas e o motivo de elas estarem ali, sei que decisão devo tomar e as conseqüências delas. Consciente disso reflito sobre tamanha tolice que estou prestes a cometer. E não concluo nada a respeito, crucifico-me, a falta de conclusão para uma pessoa que se julga tão certa de si, me faz cair num calabouço.
Olho o relógio. Corro, corro contra o tempo, cada passo dado era como se tivesse preste a salvar uma vida e, de fato, era. Corria para salvar-me. Procuro, procuro e não a vejo. Grito insanamente...
Só agora, fui capaz de perceber o quanto ela me fazia bem... Sento-me sobre a areia, choro lágrimas de saudades, mirando o colossal horizonte que era beijado pelo enigmático mar. Desejo. Nunca tinha desejado com tanta intensidade. Cabisbaixo, fecho os olhos e num soluço, sinto, misteriosamente, mãos de pétalas tocarem minha face. Meus olhos tristes, não queriam acreditar, era ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário